quarta-feira, janeiro 28, 2009

The Steel Claw, o nosso Garra de Aço, por Jesus Blasco

Um outro herói muito popular em Portugal, sobretudo nas décadas de 60 e 70 do século passado foi Garra de Aço, que surgiu através das edições da Agência Portuguesa de Revistas e da Portugal Press, sobretudo em títulos como O Mundo de Aventuras.

O seu nome original é the Steel Claw, que estreou nas páginas da revista britânica Valiant a 6 de Outubro de 1962, tendo na sua origem os editores da Fleetway, que procuravam dar maior impacto às Jesus Blascorevistas através de um conjunto de aventuras com personagens que suscitassem grande adesão do público. O argumentista que ficou ligado a estas histórias desde a sua origem foi Ken Mennell, sendo embora pouco depois subtituído por Tom Tully, e o desenhador escolhido para dar corpo às aventuras foi Jesus Blasco, um artista espanhol, oriundo da Catalunha, onde nasceu em 1919, na cidade de Barcelona, vindo a falecer em 1995. Muito do seu trabalho foi publicado em Portugal, Capa de O Mundo de Aventuras número 873, datado de 16 de Junho de 1966.sobretudo as aventuras de Cuto, que chegou a ter uma revista com o seu nome, editada pela Portugal Press, o Jornal do Cuto, entre 1971 e 1978, num total de 174 números, muito embora já muito anteriormente tivesse surgido nas páginas de outras revistas, como O Mosquito, por exemplo com Anita Pequenita (Anita Diminuta, no original), através do seu suplemento A Formiga, nos anos 40 do século passado.

The Steel Claw, ou Garra de Aço entre nós, surgiu nas páginas da já referida revista britânica a partir de Outubro de 1962 até Maio de 1970, quando a série foi interrompida, aparecendo um ano depois, a Junho de 1971, com o título Return of the Claw (O Capa de O Mundo de Aventuras número 1170, de 24 de Fevereiro de 1972.Regresso da Garra de Aço), que deixou de publicar-se em Outubro de 1973. Muitas destas histórias foram mais tarde reeditadas noutros títulos, nomeadamente em Vulcan, mas também noutros países a sua popularidade foi enorme, como em Portugal. Recentemente foi editado um álbum com uma recolha de algumas das histórias, através da Titan Books.

Esta personagem, de seu nome Louis Crandell, trabalhava como assistente do professor e investigador Barringer, até ter perdido a sua mão direita num acidente laboratorial, passando a usar uma mão metálica em sua substituição, até que, num novo acidente, um choque eléctrico de grande potência o tornou invisível durante um curto período de tempo, ficando apenas a ver-se a sua mão metálica. Este poder da invisibilidade perturbou fortemente a personagem, levando-a a enveredar por uma carreira à margem da lei, tendo mais tarde Capa da revista Jaguar, número 3, de 15 de Novembro de 1971.abandonado o crime para integrar os serviços secretos britânicos como agente secreto. A sua mão metálica passou a estar equipada com uma série de utensílios e armamento, o que ajudou Crandell no seu combate contra organizações criminosas, entre as quais a F.E.A.R., Federation for Extortion, Assassination and Rebellion (Federação para a Extorsão, Assassinato e Rebelião).

A página aqui reproduzida pertence à segunda série, intitulada The Return of the Claw, tendo sido publicada em Valiant/TV 21 a 13 de Outubro de 1973. Não está datada nem assinada, sendo da autoria do desenhador Jesus Blasco.

A dimensão da mancha é de 48,2 por 38,6cm e a do papel é de 51,8 por 41,3 cm, aproximadamente. Trata-se, na realidade, de três tiras separadas, unidas no verso por uma fita adesiva. A indicação da publicação surge no canto superior esquerdo, manuscrita.




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sexta-feira, janeiro 23, 2009

Buffalo Bill por Fred Meagher

Buffalo Bill é uma das míticas individualidades do Oeste norte-americano sobre o qual foram criadas inúmeras lendas, desde a literatura até ao teatro, ao cinema e à ilustração, passando, muito naturalmente, pelos quadradinhos, que poderíamos claramente englobar na literatura em geral, muito embora se trate de uma inclusão por vezes polémica.

Tendo na sua origem uma personagem real, nascida a 26 de Fevereiro de 1846 no território do Iowa, e falecida a 10 de Janeiro de 1917, de seu verdadeiro nome William Frederick Cody, que aos 14 anos começa por participar na organização conhecida como Pony Express, a qual fazia circular o correio por regiões ainda inóspitas dos Estados Unidos, foi sobretudo a sua carreira como guia, exterminador de índios e de caçador de búfalos que lhe deu fama, mais tarde reforçada pela criação do circo itinerante Buffalo Bill’s Wild West, inspirada nos rodeos, com que tomou conhecimento por volta de 1882 e em cuja actividade se manteve praticamente até à sua morte, tendo nela incluído alguns dos seus anteriores inimigos, agora pacificados e transformados em actores, através de simulações de ataques a diligências e a caravanas de colonos brancos e às subsequentes escaramuças entre estes e os seus atacantes.

A sua vida aventurosa, que Bill Cody, como também era conhecido, se esforçou por alimentar, inclusive junto da nobreza europeia, que procurava a aventura em safaris organizados na Nova Inglaterra, deu origem a inúmeras histórias, peças de teatro, filmes, e histórias aos quadradinhos, que tiveram imensa popularidade em todo o mundo, em que Portugal não constituiu excepção.

Uma das séries dedicadas a esta personagem foi publicada nos jornais norte-americanos em tiras diárias, desenhada por Fred Meagher (1912-1976), que começou a trabalhar como ilustrador para a editora Hershey Publications, e também trabalhou para a revista Tom Mix Comics, bem como para Straight Arrow e The Durango Kid. Para a United Features Syndicate desenhou Broncho Bill, que mudou o título para Buffalo Bill em 1955, mantendo-se até ao ano seguinte, altura em que foi descontinuada, abandonando este desenhador a sua carreira na área dos quadradinhos e passando para o design industrial.

Capa da revista com o título da personagem, editada em Portugal pela Agência Portuguesa de Revistas. A imagem é relativa ao número 1, de Julho de 1975.Esta série sobre o personagem foi publicada no Brasil pela RGE, Rio Gráfica Editora, mas não tenho a certeza se chegou a surgir entre nós, já que foram várias as aventuras dedicadas a este herói a surgirem em páginas de revistas periódicas nacionais, sobretudo editadas pela Agência Portuguesa de Revistas.

A tira aqui apresentada está datada de 4 de Agosto de 1955, não contendo qualquer assinatura, sendo provavelmente da autoria de Fred Meagher; nela figura data de 4/8/1955. Na margem superior esquerda surge a indicação B.B.#4 Aug. 1 to 6. O © é da United Feature Syndicate. A dimensão da mancha é de 62 por 17,7 cm e a do papel é de 67 por 21 cm, aproximadamente.




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segunda-feira, janeiro 19, 2009

Archie, o Robot

Uma das histórias que se tornaram populares em Portugal através das páginas do Mundo de Aventuras foi a do Robot Archie, de origem britânica, que se estreou nas páginas da revista Lion a 23 de Fevereiro de 1952, a qual pretendia competir, em popularidade, com a Eagle, que, entre outras aventuras, deu a conhecer Dan Dare, também publicada no nosso país.

Archie, que no início se intitulou The Jungle Robot, nasceu da imaginação do argumentista E. George Cowan e pela pena de Ted Kearnon, que durante muitos anos foi o principal desenhador da série. Interrompida a sua publicação nesta revista de ficção científica, regressou a 19 de Janeiro de 1957, no número 257, já com o título definitivo, possuindo a capacidade de falar, o que até então não havia acontecido, e terminando a 18 de Maio de 1974, quando a revista cessou a sua publicação. No entanto, voltou a surgir esporadicamente em outros títulos, já que havia granjeado uma enorme popularidade. Alan Moore retomou esta personagem em Captain Britain e, mais tarde, numa outra publicação, Albion, que pretendeu fazer ressurgir alguns dos mais conhecidos heróis clássicos dos quadradinhos britânicos.

Capa do Mundo de Aventuras nº 1065, de Fevereiro de 1970.Archie, que na série havia sido criado pelo professor C. R. Ritchie, pretendia ser o homem mecânico mais poderoso do mundo, comandado a distância pelo seu criador e pelo seu sobrinho, Ted Ritchie, e um amigo deste, Ken Dale, destinado a combater criminosos e criaturas da selva, principalmente de África e da América do Sul, para além de outras ameaças, algumas até de origem extraterrestre. Mas depressa obteve a capacidade de se tornar autónomo, deixando de ser necessário comandá-lo remotamente, continuando a ser acompanhado nas suas aventuras pelos personagens acima referidos, que em 1968 passaram também a envolver viagens no tempo.

Em Portugal, foram publicadas aventuras de Archie, o Robot no Mundo de Aventuras números 903, 1035, 1046, 1065, 1125 e 1167, bem como na revista Condor amarelo números 25 e 63, de 1972, e em Canguru, números 87 (da série 1) e 3 (da série 2).

A página original aqui apresentada, não datada nem assinada, será provavelmente da autoria de Ted Kearnon, e foi publicada na revista Lion, de 13 de Fevereiro de 1971, possuindo as seguintes dimensões: mancha - 47 x 38,8 cm; papel - 50 x 42,1 cm, aproximadamente.




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Interregno

Peço desculpa aos habituais frequentadores deste blogue pela demora em aqui colocar novas postagens, que espero retomar a partir de agora de maneira mais regular. Não irei adiantar as razões deste relativamente longo interregno, no entanto não queria continuar a publicar sem deixar aqui expressas as minhas desculpas.


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