quarta-feira, novembro 30, 2005

Os heróis e o cinema


Ao longo dos anos, sobretudo durante a conhecida época de ouro dos comics norte-americanos, que se estendeu durante as décadas de 40 e 50 do século XX, foram inúmeros os sucessos que muitas das personagens criadas obtiveram junto dos seus leitores, o que deu origem ao seu aproveitamento pelo cinema, realizando um sem número do que os norte-americanos chamam serials. Ainda hoje as personagens dos comics proporcionam alguns sucessos de bilheteira, e a indústria cinematográfica continua a produzir longas-metragens nelas baseadas ou então em alguns dos seus criadores, como foi o caso dos filmes sobre Harvey Pekar e Robert Crumb.

Mas foi nas décadas de 30 e 40 que mais filmes foram produzidos tendo como ponto de partida os personagens dos comics, sob a forma de séries, os serials, muito embora alguns desses personagens tivessem primeiramente obtido êxito sob a forma de novelas, como foi o caso de Tarzan.

A Mania dos Quadradinhos não podia de deixar de também se debruçar sobre este assunto, deixando aqui algumas reproduções de cartazes dessas fitas, podendo muitas mais ser apreciadas aqui.


| Ver cartazes mais abaixo |








































































Batman & Robin Brick Bradford Brenda Starr
Buck Jones Buck Rogers Captain America
Captain Marvel Dick Tracy Flash Gordon
Lone Ranger The Phantom Red Barry
Red Ryder Royal Mounted (King of the) Secret Agent X9
The Shadow Superman Tarzan
Tim Tyler's Luck Tom Mix Zorro

segunda-feira, novembro 28, 2005

Bill Lacey

Bill Lacey nasceu no Reino Unido em 1917, tendo-se estreado nos quadradinhos britânicos em 1951, desenhando a série Robin Alone para a revista Mickey Mouse Weekly. Depressa começou a desenhar também para as publicações Cowboy Comics Library e Super Detective Library, para onde começou a desenhar Blackshirt em 1957, e depois séries como Rick Random ou John Steel.

A sua colaboração estendeu-se a outras publicações britânicas, tendo alcançado maior notoriedade com Eagles Over the Western Front, cuja acção decorre na I Guerra Mundial, muito embora a sua experiência militar tenha decorrido na RAF durante o segundo conflito mundial.

O seu desenho é bastante familiar a quem, em Portugal, foi leitor da revista O Falcão, que publicou muitos dos seus trabalhos, desde a série Blackshirt a Rick Random e outras, entre as quais, salvo erro (muito embora não tenha tido a oportunidade de a localizar nos muitos números que possuo da revista) aquela a que pertence a página que aqui reproduzimos.

A página abaixo foi publicada na revista Look and Learn em 27 de Novembro de 1971, pertencendo à história Eagles Over the Western Front, cuja acção decorre na I Guerra Mundial e cujo personagem principal dá pelo nome de Harry Hawkes.

Não estando assinada nem datada, possui as seguintes dimensões: 46 x 33,8 cm para o papel e 43,9 x 32,4 cm para a mancha, aproximadamente.



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sábado, novembro 26, 2005

Giovannini

Ruggero Giovannini nasceu em Roma em 1922, vindo a falecer na mesma cidade no ano de 1983. Os seus primeiros trabalhos na arte dos quadradinhos foram efectuados para o conhecido e popular semanário católico italiano Il Vittorioso em 1945 (que surgiu pela primeira vez no Natal de 1936 e que tinha como rival a revista L'Avventuroso, citada por Umberto Eco em A Misteriosa Chama da Rainha Loana), nomeadamente I seguaci di Adelchi, com argumento de Sandro Cassone, a que se seguiram as aventuras de Jim Brady, e algumas outras. Começou também a colaborar com a publicação Il Giornalino e, já nos anos 70, desenha Harald il Crudele.

Participou igualmente no famoso jornal de quadradinhos Il Corriere dei Piccoli, com uma versão desenhada da Ilíada.

Nos anos 50 e 60, como muitos outros artistas italianos, espanhóis ou argentinos, elabora trabalhos para a editora britânica Fleetway, surgindo então na revista Radio Fun séries como Wild Bill Hickok, na Thriller Picture Library com Dick Daring e Robin Hood e na Cowboy Picture Library com Kansas Kid, desenhando também Olac The Gladiator (Olac, o Gladiador) para a revista Tiger, bem como aventuras de capa e espada como o exemplo que aqui apresentamos.

Alguns dos seus trabalhos surgiram em Portugal em revistas como O Falcão, muito embora seja, em grande parte, apenas conhecido de um pequeno grupo de apaixonados e coleccionadores de quadradinhos.

A prancha original de que abaixo reproduzimos a imagem pertence a uma série sobre Os Três Mosqueteiros, salvo erro publicada na Thriller Picture Library apresentando cor directa sobre papel.

Não estando datada nem assinada, é composta por duas meias pranchas, ambas com duas tiras. A dimensão da meia prancha superior é de 36,5 x 22,2 cm para o papel e de 34,7 x 21,5 cm para a mancha, e a inferior é de 36,5 x 25,4 cm para o papel e de 34,7 x 24,4 cm para a mancha, aproximadamente.



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sexta-feira, novembro 25, 2005

Francisco Solano Lopez


Francisco Solano Lopez nasceu na Argentina em 1928, na cidade de Buenos Aires, tendo-se estreado a publicar na editora Columba em 1953, com as personagens Perico y Guillermina, com argumento de Roger Plá. Começou igualmente a desenhar para a Editorial Abril, para onde criou uma adaptação de uma obra de Jack London intitulada Frisco Kid, ilustrando diversas outras histórias para argumentos de Héctor Oesterheld.

Em 1957 entra para a Editorial Frontera (alguns historiadores dão-no como co-fundador desta editora), onde ilustra alguns episódios de Ernie Pike, alternando com desenhadores como Hugo Pratt, Jorge Moliterni e José Muñoz, sendo provavelmente El Eternauta, publicado na revista Hora Cero – suplemento semanal, o seu trabalho mais conhecido.

Em 1963 tem início a sua colaboração com a editora britânica Fleetway, que o leva a emigrar para Inglaterra, onde desenha diversas histórias de guerra. Alguns anos depois regressa à Argentina, continuando porém a sua colaboração com a Fleetway, trabalhando na criação de diversas outras histórias, que outros desenhadores passam a tinta sob a sua supervisão, em projectos cuja execução é em muito idêntica ao trabalho em equipa norte-americano.

Desenha então a segunda série de El Eternauta, e, em finais dos anos setenta, um dos melhores exemplares de histórias de ficção científica, com argumento de Ricardo Arnaldo Barreiro, concebendo ainda Historias Tristes para a revista francesa (A Suivre). Com argumentos de Carlos Sampayo, realiza Evaristo em 1984 e, em princípios dos anos noventa, começa a terceira série de El Eternauta, com argumentos de Alberto Ongaro, entre outros trabalhos.

Solano Lopez publicou trabalhos seus também em Espanha e nos Estados Unidos, para a editora Dark Horse.

O original aqui apresentado corresponde a um episódio da série Aguila Negra, cuja acção decorre durante a Segunda Guerra Mundial, com argumento de Ray Collins, e que foi publicada em 1980 pela editora Columba na revista argentina Nippur Magnum. Não estando assinada nem datada, possui as dimensões de 45,5 x 31,1 cm para a mancha e de 32,6 cm x 49,8 cm para o papel, aproximadamente.



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segunda-feira, novembro 21, 2005

Secret Agent X-9

A série Secret Agent X-9 (Agente Secreto X-9) foi lançada pela King Features Syndicate em 1934 (a 22 de Janeiro), como contrapartida a outras séries de êxito como Dick Tracy, do Chicago Tribune, Dan Dunn ou Red Barry. Para a escrever foi escolhido o escritor policial Dashiell Hammett, e para a desenhar a opção recaiu em Alex Raymond, que veio a ser unanimemente reconhecido como um dos maiores mestres da arte do desenho de histórias aos quadradinhos.

Reprodução de um cartaz da série de 1945Curiosamente, a série não obteve grande popularidade, em parte devido ao facto de não haver uma clara definição do herói como polícia ou agente secreto, mas deu origem a duas séries de episódios no cinema, uma em 1937 e uma outra em 1945, com Lloyd Bridges no principal papel. Em 1939 começou a ser publicada em revistas, embora relegada para uma posição secundária.

Hammett abandonou a série ao fim de pouco tempo, sendo substituído por outro escritor, Leslie Charteris, que se tornou famoso com The Saint (O Santo), cuja colaboração foi também de curta duração.

O próprio Alex Raymond abandonou a tira em 1935, sendo substituído por Charles Flanders, conhecido pelo seu trabalho com The Lone Ranger.

Após algumas outras vicissitudes (entenda-se substituições), em 1940 Mel Graff tomou conta dos desenhos de X-9, e dentro em pouco escrevia igualmente os respectivos argumentos. Foi Graff quem lhe atribuiu o nome de Phil Corrigan e o humanizou, tornando-o, até, um homem casado. Ocasionalmente, foi substituído no desenho por Paul Norris (mais conhecido pelo seu trabalho com Brick Bradford), até finalmente abandonar a série por volta de 1960, quando foi substituído por Bob Lubbers. Al Williamson sucedeu-lhes em 1967, assegurando a continuidade até 1980, período em que o nome da série foi alterado para Secret Agent Corrigan, tendo finalmente terminado a sua publicação a 10 de Fevereiro de 1996.

Existem diversas reedições dispersas por algumas revistas norte-americanas, de que valerá a pena destacar a da publicação Comics Revue.

Em Portugal, alguns dos episódios foram publicados em revistas como o Mundo de Aventuras, Ciclone, Condor Popular, ou outras publicações da PortugalPress, tendo havido uma edição em álbuns das primeiras aventuras pelas Edições 70. A publicação de muitas destas histórias em Portugal pode ser seguida aqui.

A tira aqui representada (© King Features Syndicate) está assinada por Mel Graff e datada de 14 de Fevereiro de 1955. A dimensão da mancha é de 43,7 x 12,4 cm e a do papel de 45,7 x 14,2 cm, aproximadamente.



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sexta-feira, novembro 18, 2005

Arturo del Castillo

Arturo del Castillo é unanimemente considerado um dos grandes mestres dos quadradinhos, tendo nascido no Chile em 1929, vindo a falecer em 1992 em Buenos Aires. O seu desenho minucioso, de grande rigor técnico, tanto na figura humana como nos cenários e na reconstituição de época deu-lhe uma projecção internacional, muito para além da produção argentina, país onde desenvolveu a sua obra e para onde se deslocou em 1948, muito embora desenhasse para publicações europeias, sobretudo inglesas (para a editora Fleetway), espanholas e italianas.

Algumas das obras mais conhecidas de Castillo são sobretudo aquelas cuja acção decorre no oeste norte-americano, sobretudo Randall The Killer, que começou a desenhar em 1957 para uma revista intitulada Hora Cero, com argumento de Héctor Germán Oesterheld, ou a revista Skorpio, criando ainda muitos outros personagens, como Ringo, Dan Dakota - Lone Gun, Garret (1962 – com argumento de Ray Collins, pseudónimo do escritor argentino Eugenio Zappietro), Dan Dakota, Kendall (xerife de Dodge City), ou Larrigan, tendo muitas destas histórias sido publicadas em Portugal no Mundo de Aventuras.

Mas a precisão do seu trabalho e o seu traço fino a caneta também deu origem a diversas versões desenhadas de histórias inspiradas nas obras de Alexandre Dumas, de que vale a pena destacar O Homem da Máscara de Ferro e, com o seu irmão, Jorge Pérez del Castillo, desenhou a versão desenhada das biografias de Pancho Villa e Emiliano Zapata. Em 1979 é premiado na Bienal Internacional de Córdoba e, em 1980, venceu o prémio Yellow Kid no Festival de Lucca.

A prancha aqui apresentada data de 1962, talvez a sua melhor época. Não está assinada nem datada, mas não é difícil descortinar o minucioso trabalho de traço fino, com o qual obtém perfeitos retratos de personagens e com cuja profusão consegue obscurecer os ambientes. As suas dimensões são de 33,5 x 22,6 cm para a mancha e de 35 x 24,7 cm para o papel.



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sábado, novembro 12, 2005

Li'l Abner


Depois de ter trabalhado como assistente do desenhador Ham Fisher, o criador de Joe Palooka (Zé Sopapo), Al Capp (Alfred Gerald Caplin - 1909-1979) estreou-se com uma série sobre personagens rústicos, que habitavam nas montanhas dos Estados Unidos, à qual deu o nome de Li'l Abner, que surgiu como tira diária nos jornais em 1934, estreando a página dominical no ano seguinte.

A série teve imenso sucesso, e o seu humor mordaz manteve-se até ao seu final, em 1977, nela se notando uma clara tendência de Capp para a crítica social e política, em que o seu ponto de vista alternava entre o conservador e o liberal. Pouco depois, Capp ainda lançou outras séries, Abbie & Slats e Long Sam, ambas com algum sucesso, embora Li'l Abner fosse a que maior notoriedade alcançou, dando origem a filmes, cujo primeiro título data de 1940, sob a direcção de Albert S. Rogell. A segunda versão para cinema data de 1959, sob a direcção de Melvin Frank, tendo havido ainda duas versões para televisão, uma datada de 1967 e outra de 1971.

Mas a série também deu origem a programas radiofónicos e a um musical na Broadway.

Li'l Abner deu origem a alguns termos que acabaram por «entrar» na língua inglesa falada nos Estados Unidos, e as situações que Capp criava eram de uma enorme comicidade, como por exemplo o dia de Sadie Hawkins (Sadie Hawkins Day), uma corrida em que qualquer mulher da terra onde decorria a acção da série, Dogpatch, podia casar com qualquer homem solteiro que conseguisse agarrar e levar, a bem ou a mal, até à meta final.

Também se tornou famoso o personagem Fearless Fosdick, uma espécie de sátira a Dick Tracy, que constituiu uma espécie de série dentro da série, e que provocou alguma polémica com o desenhador Chester Gould, autor deste herói.

Com o decorrer dos anos, a série foi perdendo a sua força e acabou por entrar numa rotina em que o humor de antigamente se foi esbatendo, até Capp terminar Li'l Abner em 1977.

Hoje em dia podemos encontrar diversas reedições em volume, e até republicações das tiras, sobretudo das primeiras décadas, muito embora alguns dos volumes se encontrem esgotados.

Em Portugal, a série teve alguns episódios publicados, com os habituais cortes devido à montagem das tiras ou pranchas.

A tira aqui apresentada (© New York News Inc.) está assinada e datada, e pertence já à fase final da série, estando datada de 6 de Março de 1972, mas tem a curiosidade de nela surgir retratado Henry Kissinger. A dimensão da tira é de 49,9 x 15,8 cm para o papel e de 47,8 x 14 cm para a mancha.




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